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O voto pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello

Presente em passagem importante da história recente do país, como líder do Partido Popular Socialista (PPS) na Câmara dos Deputados Sergio Arouca teve direito a voto no processo que decidiu pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello em 1992. Desfecho de uma série de escândalos sobre desvio de recursos públicos com lavagem no exterior, o processo de impeachment foi acompanhado de perto por Arouca, que o comemorava como uma possibilidade de revisar as formas de corrupção instauradas durante a ditadura militar e passar a limpo o que chamava “o entulho do autoritarismo”.

Dias antes da votação histórica, em discurso aplaudido pelos deputados presentes, Arouca apresentou o movimento pelo impeachment como a fase inicial do desmonte do “Estado cínico”, na transição para um “Estado transparente”. Em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito que apurava as fraudes cometidas por Paulo César Farias, tesoureiro de campanha do ex-presidente, Arouca comenta: “A CPI pode ser o ponto de partida para que esse país passe a limpo todas as estruturas de corrupção; para que nós possamos entender todos os mecanismos que foram montados e que se reproduzem, que são permanentes e que levam, em última instância, a que estejamos vivendo, no campo social, uma crise tão grave, a ponto de se falar que não há dinheiro para a saúde, ao mesmo tempo em que se rouba tanto através desse sistema informal de apropriação de recursos”.

Propondo levar mais longe o processo que destituiu o presidente por denúncias de corrupção, Arouca sugere um movimento amplo pela transparência na gestão do Estado: “No meu entendimento, não basta o processo de impeachment para a saída de Collor de Mello. Esta Casa [a Câmara dos Deputados] deve deflagrar um processo de reforma democrática do Estado brasileiro, para que ele deixe de ser privado, para que ele deixe de ser omisso ou conivente com a apropriação do dinheiro público. Esse é o grande desafio que temos, para o qual a CPI abre o caminho. Temos de discutir a reforma democrática do Estado brasileiro, para transformá-lo, de um Estado privado, oculto, opaco, cínico, em um Estado público, transparente.”

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